No clima preparatório para a festividade da homenagem ao Jorge da Costa Pinto, aproveitamos para lembrança da data: 20 de abril de 2024 (09:00 a 12:00) na praça de seu nome!
Compartilhamos uma biografia de Jorge da Costa Pinto, que havia sido feita para a análise de 2023 pelo Poder Público para a nominação na Praça! No clima de festividade e homenagem, entendemos que essa biografia pode significar muito!
“Jorge da Costa Pinto nasceu em 13 de novembro de 1952 no bairro da Freguesia de Jacarepaguá, onde viveu por toda a sua vida. Foi filho de Jairo da Costa Pinto e Kellers da Costa Pinto. Estudou nos colégios Pio X e Sobral Pinto, e graduou-se em desenho industrial na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Como seus outros dois irmãos, Jairo e Kátia, preocupou-se com os problemas sociais do mundo, e juntos sempre atuaram no âmbito político-social. Ainda muito novo, quando as maratonas começaram a se popularizar, fundou o “Corredores de Jacarepaguá” (CORJA) – movimento este que chamou a atenção do então presidente da Associação de Moradores e Amigos da Freguesia (AMAF) Eduardo Lobato entre 1982 e 1983. Nessa época, a AMAF definiu que a luta pela ciclovia Jacarepaguá – Barra da Tijuca era uma prioridade, e os corredores se mostraram como potenciais aliados nela. Desde que Jorge foi convidado a se integrar à AMAF, não saiu mais do protagonismo da associação e das lutas pela qualidade de vida da sociedade.
Na medida em que Jorge se integrou à associação, com as rotineiras atividades em mesinhas na Passarela de Jacarepaguá ou em frente à tradicional farmácia da sua família, a sua vida pessoal se confundiu com a luta comunitária da Freguesia. Essa mesinha se mostrou como importante ponto de mobilização da comunidade assim como de divulgação das lutas da AMAF (com recolhimento de assinaturas para abaixo-assinado, preenchimento de questionários pelos transeuntes, e entrevistas para jornais), contando até com atividades mais lúdicas, como troca de selos e jogos de xadrez.
Além de ter sido presidente da Associação e membro da diretoria em várias ocasiões, participou de lutas como pela melhoria do sistema de transporte (tanto ônibus quanto metrô), contra a construção do espigão na década de 1980 na Estrada do Gabinal, pela criação do Bosque da Freguesia e a sua posterior garantia de preservação, da construção do cine-clube FAMA (este extinto), de diversas discussões do Conselho Distrital de Saúde da AP 4.0 (representando a AMAF), da organização de diversos carnavais, além de outras diversas lutas locais, sempre em prol da sociedade.
Jorge também atuou de forma importante na Federação das Associações de Moradores do Estado do Rio de Janeiro (FAMERJ), principalmente na Zonal de Jacarepaguá/ Barra da Tijuca, com reuniões no centro de saúde do Tanque. Estando dentro desses debates mais amplos na cidade, trazia-os à comunidade da Freguesia e à tradicional mesinha no Largo da Freguesia. Assim, a Freguesia, muito por causa de Jorge, contribuía também com a FAMERJ, com coleta de assinaturas para diversos abaixo-assinados. Depois, com o surgimento da Federação das Associação de Moradores da cidade do Rio de Janeiro (FAM-Rio), passou a atuar nela também. Por esse empenho e essa comunicação entre local e contexto mais amplo da cidade do Rio de Janeiro, tornou-se conhecido em todo o Rio de Janeiro e admirado por pessoas de outras associações de moradores.
Vale ainda citar que foi um dos fundadores da Associação Amigos do Bosque da Freguesia (AABF), cuja dissolução posterior não o levou a abandonar a defesa pelo parque público. Também participou ativamente da FEIC (Fraternidade Espírita Irmãos Cascais), fraternidade bastante conhecida dentro do movimento espírita da Freguesia, tendo trabalhado tanto na parte espiritual, como também na parte administrativa da referida entidade.
Após o auge das associações de moradores, a partir do final dos anos de 1990 e início
dos anos 2000, com esvaziamento de diversas associações, incluindo a AMAF, Jorge foi um dos poucos que se mostrou persistente na luta comunitária, a “chama acesa fundamental” da AMAF e da Freguesia. Foi uma das forças que fez com que a associação não se “contaminasse” por
interesses privados, partidários ou pecuniários, mantendo o coletivo como interesse da associação. Mesmo que estivesse sozinho em muitas ocasiões, compareceu a diversas reuniões, assembleias e consultas públicas, carregando consigo o peso de representar o bairro onde sempre morou.
Na eleição de diretoria anterior ao seu falecimento, a maioria dos participantes já eram pessoas novas na AMAF, mantendo Jorge como exemplo de luta e dedicação pelo bem estar comunitário e sempre com a visão de favorecer os mais necessitados, que na maioria das vezes não moram na Freguesia.
Faleceu no início da pandemia de COVID-19 em 11 de abril de 2020, deixando, além das suas três filhas e seus parentes, toda uma multidão triste, com saudade da “minhoca da terra”, título esse posto por ele mesmo.
Desinteressado na sua projeção como “político profissional” foi um político no verdadeiro sentido da palavra. A base comunitária foi o que sempre o motivou e agiu na medida do possível para criar uma consciência na comunidade, que permitisse construir uma verdadeira democracia sem manipulação. Deixou seu legado com toda sua intensidade, na mente e coração de quem o conheceu e trabalhou com ele pelo ser humano. Por isso tudo, Jorge da Costa Pinto seria o nome ideal para a Praça sem nome no Largo da Freguesia, em frente ao seu endereço de nascimento e residência final (Estrada de Jacarepaguá, 7912), para inspirar as futuras gerações com um espírito coletivo.”
Texto produzido para o pedido de nominação oficial da Praça Jorge da Costa Pinto! Em 03 de julho de 2024, o prefeito Eduardo Paes, então, assinou o Decreto que reconhece a praça como Praça Jorge da Costa Pinto!